Ao longo da nossa vida praticamente todos nós já lemos/contactámos com livros editados pela Fundação Calouste Gulbenkian. O seu catálogo bibliográfico, para além de deveras extenso, tem ainda o mérito de abranger uma vasta multiplicidade de temáticas, bem retratadas nas suas séries: Manuais Universitários, Textos Clássicos, Cultura Portuguesa, Textos de Educação, Guia de Portugal, Temas Actuais, e Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas, etc. Muitas obras fundamentais para a cultura e educação em Portugal porventura jamais seriam editadas se a Gulbenkian não apostasse neste nobre projecto, que obviamente não visa qualquer lucro. Apenas o de enriquecer o saber e o conhecimento dos portugueses. Das largas centenas de obras editadas, inclui-se pelo menos uma obra sobre bibliotecas/biblioteconomia: “Manual de Bibliotecas Especializadas e de Serviços Informativos” de Wilfred Asworth (tradução de Maria Fernanda Brito, com a colaboração de Maria Isabel Loof), e da qual conservo a 1ª edição, de 1971, encadernada.
A este propósito, podemos ver ainda até 31 de Dezembro no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP), da Fundação Calouste Gulbenkian, a instalação Book Cell da autoria do artista eslovaco Matej Krén.
Book Cell reúne edições de livros da Fundação Calouste Gulbenkian ao longo dos seus 50 anos, que são empilhados sob a forma de um habitáculo hexagonal. Os visitantes podem percorrer o interior e o exterior dessa edificação, e porventura imaginar que um senhor nascido em Scutari (um subúrbio da outrora Constantinopla), arménio de família, permitiu a milhões de portugueses aceder a novos mundos, a novas culturas e saberes, edificados, em relevante parte, através dos livros da Fundação. Como é referido no website da CAMJAP: "a memória e o saber acumulados nos livros reunidos, fechados e inacessíveis, diversos e preciosos serão potencialmente recuperados no final, quando todos puderem regressar à sua função de ser lidos, mas terão sido entretanto trabalhados como matéria escultórica e como espírito do lugar em que o artista se propõe reter-nos: um recinto hexagonal com uma passagem definida por espelhos que asseguram a vertigem da queda, a desmultiplicação ad infinitum, o pânico da desorientação espacial próprios de um infinito virtual." As imagens foram "sequestradas" do blogue "no mundo dos museus" |